Presidente da CPI ordena prisão de ex-diretor do Ministério da Saúde, acusado de mentir
Roberto Dias foi falar à CPI sobre a acusação de ter pressionado pela aprovação do contrato cheio de irregularidades da vacina Covaxin. Já no caso da Davati, ele teria pedido US$ 1 de propina por dose de vacina. Foram mais de sete horas de uma sessão tensa. Acusado de ter mentido aos senadores, ele saiu preso da CPI.
07/07/2021 21h08 Atualizado há 25 minutos
O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde saiu preso, nesta quarta-feira (7), da CPI da Covid, acusado de ter mentido para os senadores.
Roberto Dias foi falar sobre a acusação de ter pressionado pela aprovação do contrato cheio de irregularidades da vacina Covaxin.
Já no caso da Davati, ele teria pedido US$ 1 de propina por dose de vacina.
Foram mais de sete horas de uma sessão tensa no Senado.
Roberto Dias começou a depor por volta das 10h.
A Covaxin foi a vacina mais cara entre as contratadas pelo governo.
O negócio foi fechado em tempo recorde antes de o imunizante ter o aval da Anvisa.
Publicamente, o presidente Bolsonaro sempre disse que só poderia fechar negócio com vacinas já aprovadas.
Roberto Dias é acusado de fazer pressão para acelerar a importação da Covaxin.
A acusação foi feita à CPI pelo servidor Luis Ricardo Miranda, chefe da Área de Importação do ministério.
Nesta quarta, Roberto Dias negou a acusação.
“Friso: nunca houve pressão minha sobre o funcionário”, afirmou Roberto Dias.
O ex-diretor disse que é vítima de vingança do servidor Luís Ricardo, por não aprovar o nome dele para uma promoção, e do irmão do servidor, o deputado federal Luis Miranda, do Democratas, que não teria conseguido fazer negócios no Ministério da Saúde.
Mas Roberto Dias não soube dizer especificamente quais seriam esses negócios.
Os senadores insistiram em buscar detalhes sobre a participação de Roberto Dias no negócio da Covaxin.
Questionado pelo relator Renan Calheiros, do MDB, sobre o preço da vacina, Roberto Dias respondeu que não era responsabilidade dele e, sim, da Secretaria-Executiva, na época a cargo de Élcio Franco.
O ministro era Eduardo Pazuello.
Roberto Dias: No âmbito de vacinas Covid-19, como todas as tratativas, apresentação de proposta e negociação eram feitos na SE.
Esse processo, na Secretaria-Executiva, perdoe–me, esse processo, ele chegava para o meu departamento já instruído.
Renan: Então, é isso que nós queremos saber.
É que foi dito pelo Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, que o DLog tinha feito levantamento de preço e de vacina.
Isso não aconteceu?
Roberto Dias: Talvez esse equívoco se deva a que, em outros insumos, isso aconteceria.
No âmbito da Covid-19, todas essas tratativas foram feitas exclusivamente na Secretaria-Executiva.
Renan Calheiros citou um documento do Ministério da Saúde que detalha uma reunião com os representantes da empresa Precisa e do laboratório Bharat Biotech, produtor da vacina Covaxin.
Fonte; "g1.globo"